17 julho, 2006

Repost: Mi Pedra

Pensar numa pedra. Só nela, e mais nada. Uma pedra cinza, silenciosa, sem cheiro. Pedra que absorve todo sofrimento e angústia. Desespero? Não, vejo apenas a pedra. Cinza. Silenciosa. Inodora. Pedra que tira , mesmo que de forma efêmera, o peso do mundo das minhas calejadas costas. Quero cristalizar essa pedra. Pedra! Porra, pedra, não vá embora! Peraí! Não, não fuja! Quer que o capeta tome seu lugar? Quer que eu fique doido? Volta, por favor. Isso. Assim. Cinza. Caladinha. Com cheiro de nada. Obrigado. Posso respirar. Que bom. Adoro você, pedra. Não, de novo não! Acabou de chegar, por que ir embora? Fica, vai, só mais um pouco. Só até eu me tornar gente. Só até eu não querer que uma altura de 30 metros acarrete uma brusca queda, levando para sei lá onde minha dor.Eu sei que você é legal, e não me negaria um pedido desses. Não agora. Obrigado. Isso. Absorva. Nunca pensei que fosse sair-se tão bem como esponja de esterco. Do cu de quem? Meu. Bem, da minha tristeza. Acho que no fundo é a mesma coisa. Mas o que importa é que você está aqui comigo. Firme e forte. E cinza. E muda. E inodora. Obrigado, pedra.

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